Em Junho de 2009, aos 40 anos, o então soldado Gil Sormany Beserra Silva perdeu a visão dos dois olhos, em razão de um tumor, o que automaticamente levaria o militar para a reforma. Contudo, Sormany desejava continuar na ativa e se sentia capaz e sabia que ainda poderia contribuir com a Corporação. Assim, com muita luta (sua e de sua esposa Hoglas), a história ganhou um desfecho feliz: a criação da Lei n° 15.093, de 19 de setembro de 2013 e do Decreto n° 40.193, de 11 de dezembro do mesmo ano, legislação que determina que Bombeiros Militares, Policiais Civis e Militares, sejam mantidos na ativa mesmo diante de acidentes que os tornem deficientes, caso seja da vontade do servidor.
Sormany foi o primeiro militar a se beneficiar com a referida lei, sendo até então, o único bombeiro militar deficiente visual do País, na ativa.
Atuando como palestrante e telefonista, por diversas vezes suas orientações ajudaram a salvar vidas, bem como sua história de superação que inspirou pessoas de todas as idades a seguir em frente e a se sentirem capazes. “Isso não tem preço. Inspiro confiança nas pessoas. Elas pensam: o cara sem a visão não parou. Porque eu vou parar diante dos meus problemas?”
Hoje, aos 52 anos, Sormany foi para reserva remunerada, certo de que, por onde passou, deixou seu legado de profissionalismo, disciplina e voluntariedade, que jurou em 26 de julho de 1990. Acima de tudo, de amor: pelo ofício de bombeiro, pela Corporação e pela vida, combatendo preconceitos e abrindo caminho para inclusão. Missão cumprida.