Muito além do combate a incêndios em variados terrenos e a atuação em ocorrências com vítimas ao solo, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) realiza, também, um minucioso trabalho para o resgate de vítimas e objetos em um ambiente subaquático. Os trabalhos, por sua vez, integram a missão da 1ª Companhia de Mergulho de Resgate do Batalhão de Busca e Salvamento (1ª CMR/BBS), unidade especializada do Corpo de Bombeiros que completa três anos de fundação neste sábado (25).
Atuando com maior ênfase em ocorrências envolvendo vítimas de afogamento, os bombeiros militares da Companhia de Mergulho de Resgate também são acionados para montagem de peças submersas, manutenção em equipamentos subaquáticos e reflutuação de balsas que submergiram. Localizada na Av. Presidente Castelo Branco, no bairro Moura Brasil – Área Integrada de Segurança 4 (AIS 4) de Fortaleza, a Companhia de Mergulho de Resgate (CMR) atua não somente na Capital, mas em todo o Ceará.
No entanto, a história do mergulho de resgate no CBMCE remonta à década de 80, quando foi implementado o primeiro Curso de Mergulho Autônomo (CMAut), do Corpo de Bombeiros Militar. O curso teve como base curricular a mesma aplicada no curso de mergulho da Marinha do Brasil, com algumas adaptações e peculiaridades voltadas ao mergulho de resgate em nosso Estado. Ao longo dos 38 anos de história já foram realizados 15 Cursos de Mergulho Autônomo (CMaut), o último deles em setembro deste ano.
“Em cinco cidades específicas têm mergulhadores, que quando tem ocorrência de mergulho naquela área, esses mergulhadores já iniciam os trabalhos de busca e realizam o resgate da vítima ou do objeto sozinhos. Mas quando é uma missão mais complicada, toda a companhia é acionada e a gente se desloca para ajudá-los na missão”, ressaltou o comandante da Companhia de Mergulho de Resgate da CMR, capitão Danillo Cidreira.
No interior do Estado, nove mergulhadores formados pela Companhia de Mergulho de Resgate estão divididos em cinco cidades. Na Região Norte, há um mergulhador na cidade de Sobral (AIS 14) e dois em Crateús (AIS 16). Já na Região Sul, as cidades de Limoeiro do Norte (AIS 18), Juazeiro do Norte (AIS 19) e Iguatu (AIS 21), contam com a presença de dois mergulhadores em cada cidade.
Atualmente, os bombeiros militares lotados na 1ª Companhia de Mergulho de Resgate do Batalhão de Busca e Salvamento (1ª CMR/BBS) precisam ser aprovados no Curso de Mergulho Autônomo (Cmaut), que é uma realização da Academia Estadual de Segurança Pública (AESP) em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Em setembro deste ano, foi realizada a 15ª edição do curso, que contou com a participação de bombeiros militares do estado do Ceará, do Maranhão e da Bahia. O Curso de Mergulho Autônomo é realizado durante oito semanas. Nesse período, os alunos passam por 15 provas, além de atividades extras que os alunos precisam desenvolver para concluir a especialização.
“Desde que eu estava no curso de formação de oficiais, eu olhei para os mergulhadores e vi pessoas diferenciadas, profissionais diferenciados. Diferenciados porque eles são mais técnicos, eles são mais dispostos, porque eles estão aqui como mergulhadores e quiseram fazer o curso, porque eles queriam essa especialidade, queriam experimentar um curso diferente, fazer uma especialidade diferente, uma atividade diferente. E por causa de tudo isso, eles são os profissionais mais qualificados, mais dispostos, mais entusiasmados com essa atividade. Então, quando olhei isso no curso de formação, eu quis isso pra mim, eu quis experimentar isso, eu quis ver como era fazer o curso e o que é que a gente poderia desenvolver”, destacou capitão Danillo Cidreira
Todo e qualquer bombeiro militar, independente de estar lotado na Companhia de Mergulho de Resgate (CMR) ou não, só está autorizado a realizar um mergulho se tiver sido aprovado no Curso de Mergulho Autônomo (Cmaut). Tendo em vista a complexidade que é o ato de mergulhar, sendo uma das atividades que mais impactam no corpo e na vida do bombeiro.
“Mergulhar é uma atividade diferente, você parece estar em outra dimensão. E olhe que a gente não mergulha para fazer um lazer, a gente não mergulha nem para ver. Cerca de 95% dos nossos mergulhos no ano passado foram sem visibilidade nenhuma. Ou seja, a gente não enxergava quando a gente mergulhava, a gente mergulhava em locais que têm impactos na nossa vida. “Somos feitos para trabalhar em um ambiente que não foi feito para se estar”, ressaltou o comandante da CMR.
O capitão do Corpo de Bombeiros Danillo Cidreira, que está na Companhia de Mergulho de Resgate, desde a sua criação, ressaltou o orgulho que sente em pertencer à companhia. “Não sei quanto tempo eu vou passar aqui, mas eu sei que eu vou passar um tempo aqui. Então eu quero, durante o tempo que eu passe aqui, dar o meu melhor e contribuir da melhor forma para essa atividade, e que as pessoas continuem honrando e respeitando quem é mergulhador”, afirmou.
“O meu sentimento de comandar a companhia é de comandar pessoas qualificadas, pessoas que são dispostas, pessoas diferenciadas, pessoas que enfrentaram seus medos, enfrentaram seus anseios para concluir um curso como esse e fazer essa atividade. É o maior orgulho, o maior respeito, maior honra e maior consideração que eu tenho de desenvolver essa atividade e de estar na companhia de mergulho”, concluiu o comandante da CMR.
Batalhão de Busca e Salvamento
1ª Companhia de Mergulho de Resgate – 1ª CMR/BBS
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Moura Brasil – Fortaleza-CE
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